A propósito da fé da gorda

É que no meio de tanta letrinha que ela debitou acabou por puxar outras tantas letrinhas minhas!

Ora bem, eu cá sou católica apostolica "romântica" e até vou algumas vezes à missa (quando estou para aí virada porque acho que por obrigação também não vou lá fazer nada).

No sábado foi dia de missa e dia de tradição. Missa Sábado Aleluia e tradição de ir à missa com a minha madrinha desde que fui batizada aos 12 anos, precisamente na missa Sábado Aleluia. E é assim todos os anos (salvo algumas faltas que fui dando mas que até nem foram muitas), sai do casa as nove e pouco da noite, vou até casa dela e depois vamos as três (eu, ela e a mãe dela) à missa.

Também é tradição eu comprar as velas para as três e gastar uma pipa de massa nisso.

Este ano a tradição manteve-se com uma piquena diferença, desta vez a celebração iria ser em simultâneo com a comunidade "não sei das quantas" (confesso que nunca sei dizer o nome e para não o dizer errado fica mesmo assim). Nos anos passados a nossa missa começava às 22h e terminada pelas meia-noite e de seguida dava inicio a celebração deles que durava até quase de manhã. Este ano começou tudo às 22h, comandado pelo Bispo. Estavam marcados batizados e crismas e coisas que tais.

O problema é que a tal comunidade canta que se desunha e à meia-noite a missa propriamente dita ainda não tinha começado. Tinha sido só palmas la-la-la entremeadas com leituras. Eu e a minha madrinha olhamos uma para a outra e acabamos por sair quando nos apercebemos que aquilo era cena para durar... durar... durar...

A mim não me faz qualquer confusão que hajam várias comunidades a celebrar os sacramentos e o catolicismo de diferentes formas mas continuo a preferir ir à missa, "à minha missa". Agora houve algo que me chamou a atenção. No inicio da celebração entraram várias pessoas com vestes brancas. Não eram padres nem freiras porque os meus tios iam no rebanho e ele não é padre e ela não é freira. Acabei por perguntar porque é que eles iam assim com aquelas vestes ao que a minha prima respondeu "estão assim porque já terminaram o caminho".

Aquilo de já terem terminado o caminho fez-me um pouco de confusão. Mas caminhavam para onde? (ok, esta até que tem resposta básica) E se o caminho terminou agora vão para onde? Fazem o quê? A estas duas já não tive resposta. Eu cá, na minha ignorância, acho que o caminho terminará quando não conseguirmos dar mais nenhum passo (leia-se quando estivermos mortinhos).

Portanto, depois de muitas palmas e muitos la-la-la's cheguei à conclusão que isto da fé também tem idade de reforma porque se chega ao fim do caminho ainda com vida por viver.

Um excerto...

... do que sairá no dia 22 de Março.

Quando me fazem a pergunta “és lésbica? bi?” eu fico sempre sem saber bem o que responder. A dúvida mistura-se com a relutância de ter que colocar uma etiqueta nos sentimentos, porque é de sentimentos que se trata. Sentimentos que podem ser dirigidos a mulheres hoje mas não me livro de que amanhã possam ser dirigidos a homens.

Se, antes daquela tarde fatídica de 2001, alguém me dissesse que eu me ia apaixonar por uma mulher eu iria rir. Tal nunca me tinha passado pela cabeça, mas a verdade é que me apaixonei e que a partir dessa tarde tudo mudou. Não para melhor nem para pior. Mudou.

Hoje, 7 anos volvidos, sou mãe e partilho a minha vida (parte dela, porque é saudável não partilharmos tudo) com uma mulher. A minha maneira de ser, a minha forma de viver manteve-se. Porque é que teria de alterar isso só porque me relaciono com uma mulher? Não tenho. Nunca me exibi em público nas relações com homens e com mulheres ajo exactamente da mesma forma.

Tenho para mim que quando se age naturalmente as situações são aceites, mesmo que sejam aceites em silêncio. Nunca sofri qualquer tipo de recriminação ou descriminação. Mentira, há alguns anos atrás, num jantar de um grupo de mulheres homossexuais, houve quem pensasse que eu estava lá por ser irmã ou prima de alguém, isto só porque estava grávida e como tal não passava por aquela cabeça que eu pudesse estar com outra mulher.

Como mãe preocupa-me que um dia o meu filho possa sofrer alguma represália por esta minha escolha de vida mas a verdade é que acredito que não estando a fazer nada de errado e educando-o da forma que eu considero correcta (para qualquer outra pessoa pode ser a errada, mas isso não interessa) ele conseguirá defender-se. Na verdade os homens da vida dele são o Tio, o Padrinho, o Avô. A Mãe viverá ou estará sempre com a Tia, e é isto que faz sentido na cabeça dele.

Apesar de não ter o costume de lutar pelos direitos do que quer que seja acredito que o comum dos mortais não deva ser castrado dos mesmos por religião, credo ou orientação sexual. Penso que hoje a sociedade está "muito à frente" e acredito que irá estar cada vez mais e que com calma e persuasão chegar-se-à ao dia em que todos os casais possam usufruir das mesmas "regalias". O que não acredito é que isso seja conseguido através de marchas pela Avenida da Liberdade.

Pode ser parco mas a minha contribuição para esta peça será a minha maneira de dar um passo em frente e, se calhar, afinal até luto para que alguma coisa mude.

Já não me bastava as pedras na cabecinha

Depois de 4 horas e meia na urgência de um hospital privado (ainda não bati o record, há uns anos atrás estive lá 8 horas) descobriram umas predinhas nos meus rins!

Dizem que é suposto ter imensas dores, ainda não tenho devem ser mesmo pedrinhas pequenas mas tenho agonias, vómitos e uma indisposição horrível. Quanto às dores, ainda são suportáveis.

E agora é esperar que as pedrinhas vão para outro lado qualquer e deixem de me incomodar!!

Isto explica muita coisa!!!

E o ter comprado esta semana o colchão de latex tem agora todo um novo significado!!!