A umas meras duas semanas de não voltar!*

Esta semana de tudo me aconteceu, até aquilo que eu pensei que não pudesse acontecer.

Uma semana depois de dizer "Quero ir embora daqui" a directora resolveu "conversar" comigo. O conversar está entre aspas porque a meio caminho eu estava em estado de choque e a coisa passou a monólogo.

Mas vamos lá fazer uma cronologia...

Há 10 meses atrás fui desaustinada por um antigo director para voltar à consultoria. O projecto era aliciante e a oferta também. Afinal iria estar uns 6 ou 7 meses a trabalhar para a consultora dele, a recibos verdes (e ao que isso implica), e depois passaria a ingressar nos quadros de um dos maiores bancos deste nosso país (de capital português e tudo).

No meio desse aliciamento foi-me dito que viria para fazer a gestão de projectos, a orçamentação dos mesmos e dar uma perninha na análise funcional.

10 meses depois... continuo a recibos verdes na consultora e estou, de facto, a fazer gestão de projectos... a gestão, a análise, o desenho, a implementação, os testes, o roll-out. Deixei de ter tempo para mim porque me calharam 5 projectos dos quais 3 deles são estratégicos para a instituição. Fiquei doente. Etc e tal...

Resumindo, 10 meses depois e com muita frustração da minha parte eu resolvo bater com a porta e digo "vou embora". Não interessa para onde, aliás, o objectivo mesmo é sair e por isso disse mesmo que não ia para lado nenhum.

E chegamos ao momento em que a directora do banco me chama para uma sala de reuniões. Até que começou bem a conversa a tentar perceber porque me vou embora mas, sem eu perceber bem como, o desvio foi tal que a certa altura eu já ouvia "vai fazer uma grande asneira", "tem que pensar no seu filho", "o país é muito pequeno", "as notícias sabem-se"!

Escusado dizer que saí da sala em estado de choque e sem conseguir dizer nada. No dia seguinte ela perguntou-me se eu já tinha decidido e eu disse que sim, que ia embora. Ela olhou para mim e disse que tinha pena. Eu percebi que as palavras do dia anterior tinham sido fruto de algum desespero, na verdade eu não estava a vê-la naquele papel. Mas a verdade é que as palavras ficam e não me saem da cabeça!

E quando achava que já nada podia acontecer esta semana (outros acontecimentos bem mais desagradáveis que o descrito acima sucederam mas sobre esses não me apetece dissertar)... ah ah ah... aconteceu! Hoje caí da cama. Não conseguia dormir e resolvi vir para o banco. Afinal tenho documentação e ficheiros para produzir antes de me pôr ao caminho.

Faltavam 10 minutos para as 7 quando passo o portão e reparo que o segurança está com a cabeça em cima da mesa. Pensei "está a descansar a cabeça" e então disse "Bom dia" bem alto. Não obtive qualquer reacção, nem dele nem do colega do lado que também estava a ver a parte de dentro da pálpebra.

Meus amigos, estamos a falar de uma instituição bancária que apesar de não ter aqui qualquer balcão aberto ao público não deixa de ser algo que valerá a pena "guardar". Ou talvez não... afinal são repetitivas as histórias de portáteis que "voam" sabe-se lá para onde e a administração ainda nos diz que não é preciso cadeados para os portáteis porque há segurança! É verdade que há mas nem sempre a segurança está acordada!!!!!

Irra, penico que isto ficou comprido como o caraças!

* Este post foi escrito a ouvir o "A pouco e pouco" do grande José Cid! Talvez isso explique muita coisa.