Mais uma vez a alegoria do comboio
A minha alegoria do comboio perdeu-se para sempre no "Momento Reset" que eu fiz há uns meses atrás mas ela mantém-se presente.
Eu parada na estação ou apeadeiro à espera que um comboio páre para eu entrar e com sorte o comboio tem como destino o sítio para onde eu quero ir.
Há alturas em que passam comboios e nem sequer abrandam. Outras alturas há em que param mas eu não me consigo mexer para entrar na carrugem... algo me paralisa.
Mas depois há os comboios bonitos e confortáveis que nos levam a embarcar mesmo que não tenhamos a certeza se o devemos fazer. Esses comboios são os mais perigosos porque nos fazem acreditar que nos vão levar para um lugar edílico e por momentos nós, que até somos incrédulas, acreditamos, fechamos os olhos e avançamos.
Avançamos para uns metros ou quilómetros à frente percebermos que estamos na viagem errada. Que por mais que o comboio tenha tudo de bom e do melhor para nos oferecer nós não estamos preparados para tanto conforto.
E então, que fazer? Há duas hipóteses, adaptamo-nos ao conforto e tentamos retirar dele tudo o que ele nos oferece ou saímos na primeira paragem que houver. Muitas vezes não é possível sair na primeira paragem, por fraqueza mesmo. Talvez na segunda ou na terceira. Mais cedo ou mais tarde há mesmo a necessidade de sair antes que haja um descarrilamento.